estado varejeiro

ESTADO VAREJEIRO
I
“Foge, meu amigo, para tua solidão! Eu te vejo aturdido pelo rumor dos grandes homens e apoquentado pelo aguilhão dos pequenos. (...) Onde cessa a solidão, começa o mercado; onde começa o mercado, começa também o ruído dos grandes cômicos e o zumbido das moscas venenosas. (...) O povo não tem a dimensão do que é grande, quer dizer, o que cria. Mas dá sentido a todos os apresentadores e a todos os comediantes. O mundo gira em torno dos inventores de novos valores. Gira de modo invisível, mas é em torno dos comediantes que gira o povo e a fama: assim anda o mundo. (…) O momento os oprime e eles a ti, por sua vez, oprimem. Exigem de si um sim ou um não. Infeliz! Queres colocar-te entre um pró e um contra? (...) Foge, meu amigo, para tua solidão. Vejo-te atacado por moscas venenosas. Refugia-te onde sopre um vento rijo e forte! Foge para tua solidão. Vivias próximo demais dos pequenos e mesquinhos. Não levantes mais o braço contra eles! São inumeráveis e teu destino não é ser espan…
I
“Foge, meu amigo, para tua solidão! Eu te vejo aturdido pelo rumor dos grandes homens e apoquentado pelo aguilhão dos pequenos. (...) Onde cessa a solidão, começa o mercado; onde começa o mercado, começa também o ruído dos grandes cômicos e o zumbido das moscas venenosas. (...) O povo não tem a dimensão do que é grande, quer dizer, o que cria. Mas dá sentido a todos os apresentadores e a todos os comediantes. O mundo gira em torno dos inventores de novos valores. Gira de modo invisível, mas é em torno dos comediantes que gira o povo e a fama: assim anda o mundo. (…) O momento os oprime e eles a ti, por sua vez, oprimem. Exigem de si um sim ou um não. Infeliz! Queres colocar-te entre um pró e um contra? (...) Foge, meu amigo, para tua solidão. Vejo-te atacado por moscas venenosas. Refugia-te onde sopre um vento rijo e forte! Foge para tua solidão. Vivias próximo demais dos pequenos e mesquinhos. Não levantes mais o braço contra eles! São inumeráveis e teu destino não é ser espan…